O centro de gravidade é provavelmente o ajuste mais importante que você pode fazer na estrutura de uma cadeira de rodas de um usuário ativo para maximizar seu desempenho. Quando o centro de gravidade é alterado, a cadeira de rodas e o peso do usuário combinados se movem para frente ou para trás na estrutura da cadeira de rodas em relação às rodas e rodízios.
Quando muito peso é carregado nos rodízios dianteiros, eles tendem a rolar com menos facilidade e tornar sua rotação mais difícil devido às tensões aplicadas nos rolamentos. Este é um problema especialmente em terrenos macios, como gramados, porque os rodízios normalmente não rolarão ou girarão facilmente de qualquer maneira.
Para fazer esse ajuste, a cadeira de rodas deve ter uma barra de eixo móvel ou uma placa de eixo ajustável (mancal). Esta é uma característica da maioria das cadeiras de rodas com um padrão um pouco superior às cadeiras padronizadas ou ainda da linha básica, mas vale bem o custo extra.
As cadeiras de rodas básicas têm posições fixas das rodas traseiras determinadas pelo fabricante em seu design. Eles optam por um centro de gravidade mais avançado porque estão mais preocupados com a segurança do usuário do que com a eficiência da cadeira de rodas em seus equipamentos com custo mais baixo. Geralmente cadeiras utilizadas apenas para transportes rápidos.
Alterar o centro de gravidade é tão simples quanto mover as rodas traseiras para frente e para trás no quadro da cadeira de rodas.
Ao mover as rodas para trás no chassi, mais peso é carregado nos rodízios dianteiros porque o peso é centralizado entre os rodízios e as rodas traseiras. À medida que as rodas são ajustadas cada vez mais para trás, o centro de gravidade da cadeira de rodas se move para a frente e a quantidade de peso carregada nos rodízios aumenta.
Ao mover as rodas traseiras para a frente na estrutura da cadeira de rodas, o centro de gravidade está se movendo para trás em relação à posição das rodas e rodízios, o que tira cada vez mais peso dos rodízios dianteiros, permitindo-lhes rolar e girar mais facilmente.
A desvantagem de ter o centro de gravidade movido para trás é que a cadeira tende a empinar ou até mesmo tombar para trás se o usuário a estiver propulsionando vigorosamente ou subindo colinas e rampas.
Como há uma desvantagem em ter o centro de gravidade muito para frente (sobrecarga do caster) e muito para trás (inclinação/tombamento para trás), é importante obter o ajuste o mais próximo possível do ideal, variando de usuário para usuário.
“Ideal” irá variar entre os usuários e alguma experiência será necessária para obter o ajuste correto. Os usuários diferem em peso, altura e força e todos esses fatores atuam no ajuste do centro de gravidade.
Frequentemente, há alguma tentativa e erro envolvida em que um usuário terá que usar sua cadeira em uma determinada configuração por um tempo antes de saber se a configuração é a certa para ele. Eles podem descobrir que, após usar a cadeira por alguns dias no mundo real, preferem que o centro de gravidade seja movido um pouco para a frente ou para trás para melhor equilibrar a eficiência com a segurança.
Cadeiras de rodas cujo centro de gravidade é ajustável são geralmente projetadas para usuários ativos, como adolescentes e adultos, que têm sua vida pessoal ou laboral bem dinâmica. Mas o centro de gravidade, configurado corretamente, em uma cadeira de rodas pode tornar a propulsão de uma cadeira de rodas manual muito mais fácil para idosos que passam a maior parte do tempo em asilos ou outros tipos de instituições.
Eu particularmente gosto de utilizar esse recurso inclusive com os meus pacientes pediátricos, associando o uso da cadeira de rodas com os ganhos clínicos que estão obtendo junto aos profissionais que os atendem frequentemente. Os profissionais da área de Terapia Ocupacional podem atuar de modo muito ativo no treino da auto-propulsão, independência e socialização, bem como a Fisioterapia no fortalecimento muscular e atitude postural dinâmica.
(Texto adaptado MobilityBasics)
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